Encontro do Grupo Capoeira Viola reúne 29 capoeiristas e destaca a importância da arte na formação comunitária.
Foto: Gilsimara Cardoso

Encontro do Grupo Capoeira Viola – Foto: Gilsimara Cardoso
O som do berimbau rasgou o silêncio do domingo nublado em Jiribatuba. No compasso das palmas e do pandeiro, 29 capoeiristas seguiram em fila pelas ruas da comunidade, cantando e gingando com alegria.

Encontro do Grupo Capoeira Viola no Centro Comunitário de Jiribatuba – Foto: Gilsimara Cardoso
O desfile terminou no Centro Comunitário de Jiribatuba, que é também o espaço onde o Grupo de Capoeira Viola (GCV), grupo interno de Jiribatuba, realiza os treinos semanais e onde, desta vez, se formou a roda de capoeira que movimentou o domingo.

Encontro do Grupo Capoeira Viola – Foto: Gilsimara Cardoso
Além disso, o evento representou o primeiro Encontro de Núcleo Interno do Grupo Capoeira Viola, uma iniciativa que, dessa forma, reuniu diferentes gerações em torno da arte, da música e da valorização cultural.

Encontro do Grupo Capoeira Viola – Foto: Gilsimara Cardoso
A capoeira chegou gradualmente à comunidade, por meio do trabalho do professor Jones Sena, discípulo do contramestre Viola, que, por sua vez, foi aluno do Mestre Boa Gente.

Encontro do Grupo Capoeira Viola em Jiribatuba – Foto: Gilsimara Cardoso
Atualmente, 14 alunos de Jiribatuba participam das aulas, aprendendo os fundamentos da ginga e fortalecendo laços de pertencimento e coletividade por meio da prática.

Encontro do Grupo Capoeira Viola – Foto: Gilsimara Cardoso
Com 20 anos de história, o Grupo Capoeira Viola já passou por muitos rostos e rodas. Atualmente, mantém cinco núcleos: Ilha de Itaparica, São Felipe, Feira de Santana, Alemanha e Portugal.
Em Vera Cruz, as aulas acontecem duas vezes por semana, com uma hora e quarenta minutos de duração.

Encontro do Grupo Capoeira Viola – Foto: Gilsimara Cardoso
Atualmente, um dos treinos conta com o apoio da Prefeitura Municipal, enquanto o outro se mantém vivo graças à força da comunidade. Assim, pais, mães e o próprio professor se desdobram dia após dia para que o projeto continue de pé.

Alunos do Núcleo da Ilha, GCV – Foto: Gilsimara Cardoso
Inspiração que conecta a comunidade
Além das atividades regulares, o desfile pelas ruas teve um propósito especial. O professor Jones Sena, conhecido na capoeira como Galã, explicou a intenção. “A ideia foi apresentar o grupo à comunidade. Ao mesmo tempo, inspirar novas crianças a participar. As crianças veem outras crianças na capoeira e vão querer entrar também”, afirmou, sorrindo.

Encontro do Grupo Capoeira Viola – Foto: Gilsimara Cardoso
Durante o encontro, não faltaram abraços, bolo, salgados e arte, tudo fruto da colaboração entre os participantes. “A arrumação e o custo do evento foram realizados por nós, eu como professor e os pais dos alunos que não mediram esforços, o resultado está aí”, contou Galã, reforçando o espírito coletivo que move o grupo.

Aluno Peão recebendo o presente das mãos do professor Galã – Foto: Gilsimara Cardoso
Entre os alunos, o sentimento é de alegria. O adolescente de 12 anos J. Júnior, conhecido na roda como Peão, resume bem essa emoção. Para ele, jogar capoeira é sinônimo de liberdade. “Eu me sinto feliz, me sinto livre. É divertido porque estou com meus amigos e com a minha família da capoeira”, disse o adolescente, com o brilho nos olhos de quem sabe o valor do afeto.

Encontro do Grupo Capoeira Viola – Foto: Gilsimara Cardoso
Durante o encontro, em cada toque do berimbau e em cada passo firme sobre o chão do centro comunitário, o grupo GCV reafirmou que a capoeira é mais do que um movimento cultural.

Encontro do Grupo Capoeira Viola – Foto: Gilsimara Cardoso
Além da energia dos capoeiristas, a presença inesperada de uma cadela também chamou atenção. Ela acompanhou o desfile lado a lado com os alunos e, posteriormente, participou das apresentações na roda, sempre observando com curiosidade e alegria. Com isso, sua presença trouxe ainda mais empatia e leveza ao grupo, reforçando o espírito de união que marcou todo o evento.

Encontro do Grupo Capoeira Viola – Foto: Gilsimara Cardoso
Mais do que isso, é laço, é cultura, é resistência e, sobretudo, é prova de que a união ainda é o melhor golpe contra a falta de políticas públicas.