Chapada Diamantina além dos livros, uma experiência de aprendizado e diversão.
Por Nazareth Reales
Casaenbici na Gruta da Fazenda Pratinha – Foto: Acervo pessoal
Como pais, sempre nos esforçamos para oferecer ao nosso filho Thomas uma educação completa, baseada não apenas em livros, mas também em experiências da vida real. Aquelas que despertam sua curiosidade, fortalecem seu caráter e o conectam com a natureza.
Gruta da Fumaça, Chapada Diamantina – Foto: Acervo Pessoal
Acreditamos em uma educação que combine ciclismo, caminhadas, escaladas, banhos de rio e exploração, tudo isso como verdadeiros ambientes de aprendizagem. A Chapada Diamantina foi o cenário perfeito para isso. Lá, com apenas 5 anos, Thomas viveu a primeira grande aventura dele no mundo subterrâneo: explorar uma caverna.
Família CasaenBici, na Gruta da Fumaça com o guia Elio – Foto: Acervo pessoal
A Gruta da Fumaça e o guia Elio
Deixamos nossas bicicletas em Seabra e pegamos um ônibus para a cidade de Iraquara, porta de entrada para a Gruta da Fumaça. Élcio, um guia local que conhece o lugar como a palma da mão, já nos aguardava. Ele explora a caverna desde os seis anos de idade e hoje, com sua experiência e carisma, transmite não apenas segurança, mas também amor por esse tesouro natural.
Gruta da Fumaça, Chapada Diamantina – Foto: Acervo Pessoal
Com ele, Thomas entrou em uma caverna pela primeira vez e, assim, aprendeu a observar sem medo a escuridão, as formações rochosas e também a importância de cuidar desses espaços. Além disso, Elio nos lembrou da relevância da taxa de entrada, pois esse valor apoia as famílias locais e, ao mesmo tempo, garante a preservação da caverna.
Gruta da Fumaça, Chapada Diamantina – Foto: Acervo Pessoal
Durante o passeio, ele encorajou Thomas a usar a imaginação. Assim, um crocodilo, um camelo de pernas longas e corcovas gigantes surgiram diante dos olhos de Thomas. Dessa forma, a fantasia se misturava à admiração diante de estalagmites, estalactites e colunas que pareciam sustentar o mundo subterrâneo. Assim, Thomas conheceu os verdadeiros “donos” do lugar, os morcegos, e, por isso, se encantou ao observar como eles vivem na escuridão.
Gruta da Fumaça, Chapada Diamantina – Foto: Acervo Pessoal
O momento mais intenso aconteceu quando apagamos as lanternas. De repente, a escuridão ficou total, o ar se tornou mais denso e o calor, sufocante. Em seguida, ao emergirmos, a luz no fim do túnel e a brisa fresca nos receberam como um verdadeiro abraço da natureza.
Thomas, a caminho da Gruta da Fumaça, Chapada Diamantina – Foto: Nazareth Reales
Foi uma experiência inesquecível para Thomas e, ao mesmo tempo, um privilégio para nós, os pais, vê-lo crescer em confiança e conhecimento.
Além disso, mais do que um guia, Elio se revelou um verdadeiro professor. Assim, compartilhar aquele tempo com ele nos deu a certeza de que cada pessoa no caminho tem algo a ensinar e, consequentemente, que o turismo comunitário também funciona como uma escola de vida.
Fazenda Pratinha , Chapada Diamantina – Foto: Nazareth Reales
Caminho até a Fazenda Pratinha
A aventura então seguiu em outra direção. Dessa vez, não fomos de ônibus ou bicicleta, mas sim de carroça. Surpreendentemente, quando levantamos as mãos para pedir carona, um guia de mula surgiu puxando um casal de turistas e, assim, nos levou até a Fazenda Pratinha, outro paraíso na Chapada Diamantina.
CasaenBici na Fazenda Pratinha , Chapada Diamantina – Foto: Acervo Pessoal
Logo depois, ao pagar a entrada de R$90, tivemos acesso a um lugar que parecia saído de um sonho: cavernas com rios cristalinos, peixes coloridos, praias de água doce e, ainda, várias atividades para toda a família.
Thomas não pensou duas vezes antes de pular na água. Descobriu peixes enormes nadando ao seu redor e visitou duas cavernas onde a água límpida e a luz que entrava pelas frestas criavam paisagens surreais. Diferente da Gruta da Fumaça, ali a vida parecia mais leve e radiante, como se a própria natureza nos convidasse a mergulhar.
CasaenBici na Fazenda Pratinha , Chapada Diamantina – Foto: Acervo Pessoal
E mesmo longe das bicicletas, continuamos pedalando: embarcamos em um pedalinho. Enquanto mamãe e papai giravam os pedais, Thomas pilotava feliz o barquinho, guiando-nos sobre as águas transparentes onde cardumes deslizavam. Foi um momento de brincadeira, conexão e alegria compartilhada.
CasaenBici na Fazenda Pratinha , Chapada Diamantina – Foto: Acervo Pessoal
O dia passou inteiro entre mergulhos, caminhadas e conversas com pessoas de várias partes do Brasil, que viajavam até ali apenas para conhecer aquele pedaço de paraíso. A Fazenda Pratinha nos ofereceu um dia de paz, natureza e família.
CasaenBici na Fazenda Pratinha , Chapada Diamantina – Foto: Acervo Pessoal
Mais que uma jornada, um propósito
Cada experiência como essa só é possível graças a todos que acreditam no nosso projeto, comprando uma pulseira, um chaveiro, uma aula ou assistindo a uma apresentação de futebol freestyle. Mais do que produtos, cada gesto de apoio alimenta um sonho com propósito: Educação em Movimento, para Thomas e para todos que cruzam nosso caminho.
A Gruta da Fumaça e a Fazenda Pratinha nos lembraram que viajar em família é aprender, explorar e compartilhar. Cada lugar traz uma lição, cada pessoa no caminho é um professor, e cada passo ganha mais sentido quando conectado à comunidade e a um propósito maior.
Assim como Thomas aprende, ele também ensina e compartilha. Afinal, a educação começa em casa; os primeiros e mais importantes professores são os pais, a família e o ambiente em que se cresce.
Então deixo a você, leitor, algumas perguntas:
Em que ambiente seus filhos estão crescendo?
O que você está ensinando a eles?
Eles aprendem seus valores ou os de outra pessoa?
CasaenBici e turistas na Fazenda Pratinha , Chapada Diamantina – Foto: Acervo Pessoal
Convite final
Continuaremos viajando, aprendendo e compartilhando. Convido você a se juntar a nós nessa jornada de vida e sonhos. Acompanhe-nos pelas redes sociais, viaje conosco de onde estiver e faça parte dessa aventura ciclística que busca levar a educação em movimento a todos os cantos.
Porque não é apenas uma viagem em família: é uma jornada para todos.