II Congresso dos Laboratórios Oficiais do Brasil reunirá especialistas, gestores e pesquisadores para debater modelos de governança e os desafios estratégicos

Por Gilsimara Cardoso

II Congresso dos Laboratórios Oficiais do Brasil – Foto/Divulgação/ ALFOB

Nesta quarta-feira, 24, Salvador recebe o II Congresso dos Laboratórios Oficiais do Brasil. O evento acontece até o dia 26, no Gran Hotel Stella Maris.

O encontro reúne especialistas, gestores e pesquisadores. O objetivo é debater os rumos do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS). Até 2026, o setor deve receber R$ 60 bilhões em investimentos. Desse total, R$ 20 bilhões são públicos e R$ 40 bilhões privados.

Já a palestra magna será conduzida por Reinaldo Guimarães, ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde. Ele abordará os “Desafios da Indústria Farmacêutica no Âmbito da Estratégia para o CEIS”.

Por outro lado, a programação também inclui minicursos, mesas-redondas e painéis. Os temas vão desde inteligência artificial na indústria farmacêutica até governança produtiva. Além disso, estarão em pauta instrumentos legais para compras públicas e cultura da qualidade.

Thiago Lopes, diretor da Anvisa – Foto: Instituto de Direito Sanitário Aplicado/Divulgação

Entre os palestrantes confirmados estão Thiago Lopes Cardoso Campos, novo diretor da Anvisa, Meiruze Sousa Freitas, do Ministério da Saúde, e Victor Ramos, do Instituto Butantan. Da mesma forma, representantes da UFBA, UFRJ, UFJF e IBMP também participam, fortalecendo a diversidade e a relevância do encontro.

Instalações da fábrica de vacinas da Fiocruz, em Bio-Moranguinhos – RJ – Foto: Bernardo Portella e Peter Ilicciev

Bahia assume liderança no setor

A escolha de Salvador como sede reforça o protagonismo da Bahia. O estado, por meio da Bahiafarma, busca construir uma base produtiva nacional em saúde.

Além disso, a instituição trabalha para reduzir a dependência de importações. Hoje, mais de 90% dos insumos farmacêuticos ativos vêm do exterior. Ao mesmo tempo, a Bahiafarma amplia o acesso da população a tratamentos inovadores. Assim, garante mais qualidade de vida para os pacientes do SUS.

Este congresso representa mais do que um encontro técnico. Ele consolida a Bahia como polo estratégico de inovação em saúde. Com isso, o estado fortalece a sustentabilidade do SUS e da mesma forma, projeta o Brasil no cenário global da biotecnologia.

Sede da Bahiafarma – foto: Google Maps/ Bahiafarma

Avanços da Bahiafarma

A Bahiafarma conquistou aprovação preliminar de quatro projetos estratégicos de biofármacos no Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). Em parceria com a Bionovis e o Senai/Cimatec, desenvolve medicamentos de alto impacto.

Entre eles estão Eculizumabe, Bevacizumabe, Nivolumabe e Pertuzumabe. Esses fármacos são voltados para tratamentos oncológicos e doenças raras. Somente em 2023, o SUS gastou mais de R$ 1 bilhão com a compra desses produtos.

Além disso, a Bahiafarma garantiu dois projetos no Programa de Desenvolvimento e Inovação Local (PDIL), do Ministério da Saúde. Um deles cria uma fórmula pediátrica da Hidroxiuréia, fundamental no tratamento da doença falciforme em crianças. O outro desenvolve um probiótico para neuropatia diabética.

As iniciativas contam com a parceria da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB). Assim, aproximam as pesquisas acadêmicas da inovação tecnológica no setor farmacêutico.

Fiocruz, em Bio-Moranguinhos – RJ – Foto: Bernardo Portella e Peter Ilicciev

Por outro lado, a Bahiafarma também recebeu mais de R$ 290 milhões em investimentos. Foram R$ 180 milhões do Ministério da Saúde e R$ 110 milhões do Governo da Bahia.

Portanto, esses aportes consolidam a Bahia como referência nacional em biotecnologia. Ao mesmo tempo, geram empregos qualificados, fortalecem a transferência de tecnologia e dinamizam a cadeia produtiva da saúde.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *