Representantes comunitários ainda não foram notificados oficialmente, transporte não foi definido e divulgação é considerada insuficiente por moradores.

Por Gilsimara Cardoso

Cartaz de divulgação em Tairu – Foto: Oni Sampaio

Faltam dois dias para a consulta sobre a Ponte Salvador-Itaparica, mas pescadores e marisqueiras relatam falta de informação e confusão sobre o local

Representantes comunitários ainda não foram notificados oficialmente, transporte não foi definido e divulgação é considerada insuficiente por moradores do Cone Sul de Vera Cruz

Está marcada para o próximo sábado, 19 de julho, às 9h, a realização da Consulta Livre, Prévia e Informada sobre o processo de licenciamento do Sistema Rodoviário Ponte Salvador – Ilha de Itaparica (SRPSI). A atividade acontecerá no Colégio Estadual Juracy Magalhães Junior, localizado na Praia do Atlântico, em Cacha Pregos, Vera Cruz. No entanto, o bairro não aparece nos materiais de divulgação, o que tem gerado confusão entre os moradores.

Cartaz em Barra Grande – Foto: Morador local

A consulta tem como público-alvo os pescadores e marisqueiras das comunidades de Cacha Pregos, Berlinque, Catu, Aratuba, Tairu, Jiribatuba e Barra Grande, mas a informação não está chegando a quem realmente precisa participar.

“Ainda não tive nenhuma notificação sobre a consulta da ponte. Nem no grupo da minha associação falou nada. Sou marisqueira e pescadora.”
— relatou Crislaine Barbosa, moradora da região.

Em Catu, moradores afirmam que nenhum cartaz foi encontrado nas ruas. Em Barra Grande, um único panfleto foi colado em uma placa. Em Tairu, o cartaz foi colocado em um local de difícil visualização — quase junto às bandeirolas e às lâmpadas dos postes. Em Aratuba, o único cartaz avistado foi colado na parede do posto de saúde, o que restringe o alcance da informação. E em Jiribatuba, moradores ouvidos pela reportagem desconhecem completamente a realização da consulta.

Cartaz em Tairu – Foto: Oni Sampaio

Ao ser questionada pelo WhatsApp oficial da organização, a equipe responsável afirmou:

“Estamos em contato com os representantes dos pescadores artesanais e marisqueiras, que são o foco da Consulta que ocorrerá, então, se o representante do bairro não for desta categoria, pode ser que ele não esteja ciente do evento.”

A informação sobre transporte também segue indefinida:

“Neste momento, estamos ajustando o itinerário das vans, de acordo ao trajeto e à quantidade de pessoas. Vamos repassar itinerário fechado assim que ele estiver pronto, amanhã.”

A consulta é organizada com apoio técnico da Temis e realização do Governo do Estado da Bahia, mas a ausência de um plano de comunicação claro e acessível coloca em risco a participação das comunidades tradicionais diretamente impactadas pelo projeto.

O Jornal Atualize segue acompanhando o caso e reforça a importância da transparência e do diálogo com as comunidades, princípios fundamentais de uma consulta verdadeiramente livre, prévia e informada.

Para mais informações, o número informado é: (71) 9 8249-4772

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