Iniciativa pioneira promove formação e fortalece o protagonismo de comunicadores locais na Ilha de Itaparica
Por Gilsimara Cardoso

Primeira turma da Escola Baiana de Comunicação na Ilha de Itaparica – Foto: Acervo pessoal
Neste último fim de semana, dias 12 e 13 de julho, jovens e veteranos da comunicação local se reuniram para participar do curso de “Comunicação e Jornalismo Comunitário Responsável”, realizado na Ilha de Itaparica. O curso, promovido pela Escola Baiana de Comunicação, com o apoio de organizações da sociedade civil e de veículos de comunicação popular, foi o primeiro do tipo na região e marcou um momento histórico para a formação de comunicadores populares na ilha.

Primeira turma da Escola Baiana de Comunicação na Ilha de Itaparica – Foto: Acervo pessoal
A proposta foi simples, mas poderosa, capacitar comunicadores para produzir informação com mais responsabilidade, checagem jornalística e conexão com a realidade local. Sem distinção entre quem já tem experiência e quem está começando, os participantes mergulharam juntos em momentos de teoria e prática, descobrindo como se comunicar melhor com a comunidade.

Romero Rasta na primeira turma da Escola Baiana de Comunicação na Ilha de Itaparica – Foto: Gilsimara Cardoso
Para os comunicadores locais, foi uma oportunidade de compartilhar práticas jornalísticas, escutar outras vivências e reencontrar o propósito de comunicar com verdade e compromisso social. O apresentador Romero Rasta do Pod Rasta, a idade e a experiência não contam quando o objetivo é compartilhar e aprender, “foi muito bom o curso, eu nunca sentei numa cadeira de uma faculdade, o que eu vim fazer aqui? mas quando os professores citaram grandes nomes da comunicação brasileira, como por exemplo, Raimundo Varela, eu me senti confortável em aprender. Ganhei muita experiência, me sinto mais capacitado. Relata com satisfação Romero.

Ana Keise entrevistando Hortência Pereira – Foto: Simone Guimarães
Para os mais jovens, o curso abriu novas perspectivas sobre a profissão e ajudou a entender que o jornalismo pode, sim, ser construído a partir da própria realidade, “para mim, que sempre tive vontade de estudar jornalismo, entrar nesse campo está sendo algo muito inspirador. É uma experiência diferente, porque nunca tive a oportunidade de estudar jornalismo antes. Até agora tem sido muito bom, estou gostando bastante e acredito que essa é a carreira que quero seguir.” Explica Hortência Pereira.

Simone Guimarães entrevistando Paulo Almeida – Foto: Ana Keise
Durante o curso, o jornalista e professor Paulo Almeida provocou reflexões importantes, como a diferença entre o jornalismo tradicional e a comunicação popular. Ele aponta que a comunicação popular tem um público específico o que muda a forma de fazer e de entregar a informação.” As necessidades de uma população, de cada lugar, é uma necessidade diferente. Então, é importante que, a partir do diagnóstico desse espaço, do diagnóstico dessa comunidade, você crie uma narrativa que consiga ter uma interação com esse público.” Ressalta Paulo.
Essa discussão se aprofundou a partir de autores que pensaram profundamente o papel da comunicação na sociedade. José Marques de Melo define o jornalismo como a prática social que organiza e difunde os acontecimentos com base na técnica e na objetividade. Já Paulo Freire, ao falar sobre comunicação popular, defende uma comunicação construída no diálogo, onde não há apenas quem fala, mas também quem escuta e transforma junto. Nesse sentido, o jornalismo informa, a comunicação popular liberta.

Marcelo Chamusca, Diretor Geral da Escola Baiana de Comunicação – Foto: Gilsimara Cardoso
Essa visão de comunicação transformadora é justamente o que inspira o trabalho da Escola Baiana de Comunicação, instituição que nasceu em 2022 com a missão de formar comunicadores livres, conscientes e protagonistas da própria trajetória.
Com um olhar ético, respeitoso e aberto às diversas linguagens da comunicação, a escola acredita que todo aluno tem potência criativa e voz ativa para transformar o mundo a partir da própria comunidade.
E foi com essa proposta que o curso na Ilha de Itaparica aconteceu, unindo prática, teoria e escuta ativa. Ao final, ficou a certeza de que a comunicação, quando feita com responsabilidade e sensibilidade, é uma poderosa ferramenta de mudança social.
Parabéns a todos os Envolvidos.
Mt importante pra nossa Região esses profissionais Atuantes por todo lugar .