O projeto Incubadora traz esperança para a comunicação popular focada em mídias negras, periféricas e independentes

Por Gilsimara Cardoso

Foto Ilustrativa / Jornal Atualize

Nesta sexta-feira, 06, representantes da Secretaria de Comunicação Social (SECOM) e comunicadores populares de diversas regiões do país participaram de uma importante reunião virtual sobre o Projeto Piloto “Incubadora”, uma iniciativa inédita do Governo Federal voltada ao fortalecimento dos veículos de comunicação comunitária e popular.

Com um investimento de R$ 15 milhões, o Projeto Incubadora tem como objetivo fomentar a criação, estruturação e sustentabilidade de mídias populares, oferecendo suporte desde a construção e formalização dos veículos até a aquisição de equipamentos e o desenvolvimento de projetos-piloto. A Incubadora de Soluções atuará em três frentes:

Durante o encontro virtual, foi reforçado que, embora ainda em fase de implementação, o projeto já representa um avanço significativo no reconhecimento da comunicação popular como estratégica para a democracia e o direito à informação.

O diálogo aberto com os jornalistas populares é um marco positivo. A orientação atual é que todos os comunicadores que desejam participar do processo de veiculação de publicidade federal comecem a se formalizar, estruturando seus portais de notícias, mesmo que suas produções estejam concentradas em formatos como podcast, rádio comunitária ou mídias sociais.

Também foi disponibilizado um e-mail – dlib@presidencia.gov.br – de contato para que os veículos interessados possam se apresentar formalmente e demonstrar interesse em participar da iniciativa, fortalecendo o vínculo entre o governo e os comunicadores das periferias, dos territórios tradicionais, das comunidades e da base popular.

Um dos temas abordados da reunião foi o Mídia Cad, Sistema de cadastro de veículos de comunicação e divulgação e inovadores digitais da Secretaria de Comunicação Social – Secom- é a plataforma oficial do Governo Federal para o cadastramento de veículos interessados na veiculação de publicidade institucional.

Para participar, é necessário que os meios de comunicação estejam formalizados com CNPJ ativo, e-mail profissional, site de notícias e outras condições legais. Ainda não há previsão para inclusão de podcasts e redes sociais nesse sistema, mas a SECOM informou que está estudando formas de viabilizar essa ampliação dentro do escopo do Projeto Incubadora.

O Projeto Incubadora é, sem dúvida, um sinal claro de que a comunicação popular começa a ser valorizada como ferramenta essencial de construção democrática, diversidade de vozes e participação social no Brasil.

2 Responses

  1. Prezadas pessoas.
    Parabenizo pela iniciativa e, sendo não só mais que necessária, expresso também que nos chega com uns 30 anos de atraso.
    Comento que o governo federal acerta em algumas questões e cria barreiras em outras por sua ideia institucionalizada mas talvez na falta de conhecimento e vivencia de outras realidades.
    A criação do projeto “TV Cidadania” no governo Dilma foi excelente, mas aí cria-se a barreira que só se podia aceder às concessões via poder público, sem espaço para que a Sociedade Civil pudesse solicitar concessões. Aqui neste projeto de incubadora percebo que vamos pelo mesmo caminho dada a exigência de uma formalidade não horizontalizada, ainda, nos grupos de agentes culturais e sociais que resolvem tratar a questão da comunicação comunitária. Entrei no link que me leva ao portal da SECOM e lendo os critérios para cadastro, sinceramente, creo que só será possível preencher estes requisitos as velhas “aguias” oportunistas para apropriar-se destes espaços, que para mim, devem ser sim dirigidos à quem necessita. ” Ahhh…mas tem que se institucionalizar(tem!) tem que aprender a se mover(tem!)”, mas convenhamos que incialmente tem que se buscar alternativas com o objetivo e fim de uma formalização sim, mas não com tantas exigências iniciais, que para mim, deve ser um grande desanimador para pequenos grupos que lêem esta noticia, se empolgam e bate contra esta parede de exigências burocratica/institucional que acredito não ter, ainda.
    Um grande abraço a todos e todas e reitero a felcitação pela iniciativa.

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