Fenômeno, que chegou à categoria 5 e deixou ao menos 29 mortos na Jamaica, Cuba e Haiti, começa a perder força no Atlântico
Por Gilsimara Cardoso

Furacão Melissa, Black River, St. Elizabeth, Jamaica, 29/10/2025 – Foto: Ricardo Makyn / AFP
Após devastar a Jamaica, Cuba e o Haiti, o furacão Melissa segue nesta quinta-feira (30) em direção às Bermudas com ventos estimados entre 119 km/h e 177 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC).
Embora o sistema ainda apresente grande intensidade, a tendência é de enfraquecimento gradual nos próximos dias, à medida que avança sobre o oceano Atlântico.
Na Jamaica, a passagem do olho do furacão causou enchentes, deslizamentos e deixou comunidades inteiras submersas. O governo confirmou quatro mortes no país, enquanto o número total de vítimas no Caribe já chega a 29. Em Cuba e no Haiti, centenas de casas foram destruídas e milhares de pessoas precisaram ser evacuadas.

Furacão Melissa, Black River, Jamaica, 29/10/2025 – Foto: Ricardo Makyn / AFP
O NHC explicou que o poder destrutivo do Melissa resultou da combinação entre o aquecimento recorde das águas do Caribe e os ventos associados ao fenômeno La Niña, condições que favoreceram o rápido fortalecimento do sistema tropical.
A Organização Meteorológica Mundial classificou o Melissa como “a tempestade do século” para a Jamaica. O calor extremo do oceano e o baixo cisalhamento dos ventos. Situação em que há pouca variação na direção e na velocidade das correntes de ar, criaram o ambiente ideal para a formação de um ciclone perfeitamente estruturado.
Trajetória e Pressão

Foto: Divulgação/ Furacão Melissa, gráfico National Hurricane Center – NOAA
Enquanto avança rumo ao norte do Atlântico, o furacão começa a perder força, mas ainda representa risco para embarcações e áreas costeiras das Bermudas. As autoridades locais mantêm alertas de tempestade e fortes rajadas de vento válidos para as próximas horas.
De acordo com o boletim das 14h (horário de Brasília) do NHC, o centro do furacão Melissa estava localizado a cerca de 200 km a sudoeste das Bermudas. O sistema apresentava ventos sustentados de 160 km/h, com rajadas mais intensas, e se deslocava em direção nordeste a 26 km/h.
A pressão central mínima de um furacão indica a força do sistema em seu núcleo, ou seja, o ponto onde o ar é mais comprimido e a tempestade é mais intensa. Quanto menor a pressão atmosférica, mais poderoso é o furacão. Porque a diferença entre a baixa pressão no centro e a alta pressão ao redor faz o ar se mover rapidamente, gerando ventos fortes.
No caso do Melissa, uma pressão de 955 milibares representa um sistema muito intenso, típico de grandes furacões, capaz de provocar ventos violentos e marés elevadas nas regiões próximas ao olho da tempestade.
Fontes: AFP / NHC