Evento em Juazeiro reúne grandes nomes da música brasileira às margens do Rio São Francisco.
Por Gilsimara Cardoso

Foto: Divulgação / Festival “A Bossa! “
O Festival A Bossa! será realizado nos dias 28, 29 e 30 de novembro, em Juazeiro, e promete transformar as margens do Rio São Francisco em um grande encontro de som, poesia e memória.
Com o tema “A Bossa de João e do Rio”, o evento propõe um diálogo poético entre Juazeiro, terra natal de João Gilberto, e o Rio de Janeiro, cidade onde a Bossa Nova ganhou projeção mundial.
Assim, o festival reforça a importância da Bahia na criação desse movimento musical que revolucionou a cultura brasileira e encantou o mundo.
Nesta edição, o público poderá desfrutar de uma programação diversa, que une gerações, estilos e sonoridades. Entre os destaques estão Lenine, Vanessa da Mata, Roberta Sá e Alexandre Leão, artistas que representam diferentes vertentes da música popular brasileira.
Além dos shows, o evento oferecerá rodas de conversa, feira de artesanato e atividades culturais que exploram, de forma sensível, a relação entre o rio, a música e a poesia.
Destaques: Alexandre Leão, da Bahia para o mundo

Alexandre Leão estará no Festival “A Bossa! ” – Foto: Divulgação/ Tiara Cerqueira
Alexandre Leão, cantor e compositor baiano, é um dos principais nomes do Festival A Bossa!. A carreira dele começou cedo, aos 17 anos. Quando, Maria Bethânia gravou Paiol do Ouro, parceria com Olival Mattos, marcando o início de uma trajetória promissora.
Desde então, a obra de Leão percorre caminhos amplos. As composições foram interpretadas por Ivete Sangalo, Rosa Passos, Margareth Menezes, Família Caymmi, Gabriela Melim, Marcelo D2 e Arnaldo Antunes, demonstrando a versatilidade e o alcance do artista.

Alexandre Leão estará no Festival “A Bossa! ” – Foto: Divulgação/ Tiara Cerqueira
Com o passar dos anos, Leão levou a voz a palcos da Alemanha, Portugal, Estados Unidos, Holanda, Áustria e Argentina, consolidando uma presença internacional. No Brasil, acumulou reconhecimentos como o Prêmio Copene, o Troféu Caymmi e o Festival Educadora FM.
Além disso, foi o único artista a se classificar em três categorias no Prêmio “Visa: cantor, compositor e violonista”, feito raro na música popular brasileira.
Em 2005, o álbum Axé, Babá apresentou releituras de clássicos do Carnaval baiano e reafirmou a força da música popular da Bahia. Posteriormente, a canção Vumbora Amar integrou o disco internacional Brazilian Café, da gravadora Putumayo, e ganhou novas versões nas vozes de Adriana Calcanhotto e Francisco Gil.
Dessa forma, Alexandre Leão se destaca por unir tradição e modernidade, criando pontes entre a bossa, o samba e o axé, e reafirmando o papel da Bahia como berço da música que encanta o Brasil e o mundo.
Lenine e a poesia sonora da Bossa Nova

Lenine, estará no Festival “A Bossa! ” Foto: Divulgação de Jairo Goldflus
Outro destaque da programação é Lenine, que apresenta a turnê “Eita”, novo álbum de inéditas lançado em 2025.
O trabalho marca o retorno do cantor às composições originais e reafirma o estilo híbrido que o consagrou: uma combinação de ritmos nordestinos, rock, sons eletrônicos e sutilezas herdadas da própria Bossa Nova.
Com uma carreira marcada pela inovação, Lenine, vencedor de seis Grammys Latinos, chega a Juazeiro com um repertório que reflete sua trajetória de lirismo e experimentação. “A excelência da Bossa Nova foi um norte para várias gerações. Mesmo quando segui outros caminhos, ela sempre esteve presente”, afirma o cantor.
Economia criativa e celebração cultural
Integrado ao Festival Edésio Santos da Canção (FESC), o evento reforça o papel de Juazeiro como polo da cultura musical nordestina. Assim, ao unir tradição e inovação, o Festival “A Bossa!” não apenas celebra a música, mas também movimenta o turismo e a economia criativa da região, atraindo visitantes e artistas de todo o país.
Nesse contexto, a Bahia, berço de João Gilberto, volta a ocupar o centro da Bossa Nova. Mais do que uma homenagem, o festival representa uma reconexão com as origens do gênero, em que Juazeiro celebra o som que atravessou o tempo, agora com novos arranjos, novas vozes e o mesmo encanto do Rio São Francisco que inspirou o mestre.