Após nove anos, tradição centenária volta a reunir a comunidade em um desfile de 7 de Setembro com festa e memória

Por Gilsimara Cardoso

O Terno da Independência, em Catu , 2025 – Foto: Arthur Monteiro

O 7 de Setembro voltou a vibrar nas ruas da Ilha de Catu. O que antes era silêncio, neste domingo se transformou em canto, batida e passos firmes. A comunidade reviveu o Terno da Independência, tradição centenária que combina desfile cívico, roda de samba e a força da coletividade.

O Terno da Independência, em Catu , 2025 – Foto: Arthur Monteiro

Desde cedo, cerca de 200 pessoas acompanharam o cortejo que seguiu até a Praça de Catu, conduzido pela energia da Charanga Lyra de Jiribatuba. O som dos instrumentos se misturava à alegria das crianças, aos aplausos dos mais velhos e ao orgulho de um povo que mantém viva a própria história.

O Terno da Independência, em Catu , 2025 – Foto: Arthur Monteiro

No coração da festa, a roda de samba reacendeu memórias e fortaleceu laços. A comunidade preparou o feijão coletivo e ajudou com os custos da feijoada, do paredão e dos fogos de artifícios, a Prefeitura de Vera Cruz apoiou a realização juntamente com a AMEPAC.

Feijoada, na festa do Terno da Independência, em Catu , 2025 – Foto: Arthur Monteiro

A feijoada nasceu das próprias mãos da comunidade, que se reuniu neste domingo de Independência para partilhar, à mesma mesa, não apenas a refeição, mas também o espírito de união. E como não citar as mulheres, elas jamais ficarão no anonimato, Ana Carolina Marques ( Carol), Niracilda Marques ( Juju), Alionoura dos Santos ( Noura) e Rosimeire Alves ( Rose) foram as grandes protagonistas.

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No fim do dia, um paredão de som embalou os últimos passos da celebração, até que o pôr do sol, em tom dourado, marcou o encerramento da festa e deixou no ar a promessa de continuidade.

O presidente da AMEPAC, Lourival Andrade, resumiu o sentimento, “estou feliz. A última vez que realizamos o 7 de Setembro foi em 2016. Esse é o retorno de uma festa muito importante para a nossa comunidade.”

O Terno da Independência, em Catu , 2025 – Foto: Arthur Monteiro

Para o morador Arthur Monteiro, esta festa tem um papel essencial na história da comunidade. Ele recorda que, infelizmente, o 7 de Setembro da Comunidade de Catu permaneceu morto por nove longos anos, esquecido na poeira do tempo. Porém, neste ano , a celebração ressurge, “como a fênix que se levanta das cinzas, trazendo de volta a força, o vigor, a honra e a glória de uma tradição que pulsa no coração do povo.” Relata Arthur.

Mais que um desfile, o Terno da Independência se transformou em um ato de resistência cultural. Entre samba, feijoada e lembranças, Catu celebrou não apenas a Independência do Brasil, mas também a força da identidade local.

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