CAPÍTULO 7: Pedaladas, rios e pedras, a travessia que nos levou ao Vale do Capão
Por Nazareth Reales

Morro do Pai Inácio, Chapada Diamantina – Foto: Acervo Pessoal
Sair da Colômbia de bicicleta com nossa casa sobre rodas, a @casaenbici, nos colocou diante de enormes desafios, mas nenhum como o que encontramos no caminho rumo ao Vale do Capão.

Foto: Nazareth Reales
Foram 20 quilômetros de trilha, um verdadeiro muro de areia, pedras e rios que nos exigiu ao limite. Cada pedalada parecia interminável, cada metro de estrada testava a força e a resistência de nossas bicicletas, mas também a união de nossa família.

Foto: Nazareth Reales
Depois de uma experiência não tão agradável em Lençóis, chegamos a pensar que talvez o melhor seria partir logo da Chapada Diamantina. No entanto, a hospitalidade de Louro, que nos permitiu acampar em seu restaurante à beira do rio Mucugezinho, devolveu nosso ânimo. Ali deixamos para trás o que havia acontecido e decidimos recomeçar.

Família anfitriã em Campo de São João. Andrés, Thomas, Nazareth, Flávio e Maira do @fogaodamaira – Foto: Acervo Pessoal
Mais adiante, em Campo de São João, a bondade de Flávio e Maira, do restaurante Fogão da Maira, nos recarregou de energia. Acampamos em seu espaço e compartilhamos almoços e cafés da manhã cheios de carinho.

Zona de camping – @fogãodamaira Foto: Nazareth Reales
Flavio, bombeiro voluntário em Palmeiras, nos falou sobre a riqueza natural da Chapada Diamantina, em especial do Vale do Capão. As palavras nos inspiraram a tentar, mesmo sabendo que uma rota difícil nos esperava.

Foto: Nazareth Reales
O plano era claro: quase 50 km até o Vale do Capão, dos quais 20 seriam por trilha. Calculávamos chegar entre 20h e 21h, exaustos, mas com uma motivação especial: alguém nos esperava. Soraya, amiga de Lucia que já havia nos ouvido falar sobre, vinha acompanhando nossa viagem, mandando mensagens no WhatsApp e lembrando que a casa dela estava aberta para nós. Essa generosidade foi a chama que nos impulsionou a aceitar o desafio.
Assista agora a nossa aventura na Chapada Diamantina:
O caminho nos colocou à prova em cinco níveis:

Foto: Nazareth Reales
- Uma subida interminável em estrada de chão.
- Trechos de terra solta e areia que travavam cada roda.
- Trilhas de pedra, duríssimas para o equilíbrio e a tração.
- Descidas traiçoeiras em areia fofa.
- Dois rios que tivemos de atravessar carregando as bicicletas.

Foto: Nazareth Reales
E tudo isso fizemos em família. Thomas caminhou, pedalou, esforçou-se até onde suas forças permitiram. Polar, como sempre, foi nosso guardião à frente, abrindo o caminho. Cada um deu a sua parte para que juntos superássemos o desafio.

Soraya Santos Xavier – anfitriã no Vale do Capão, Thomas, Alex (esposo de Soraya), Andrés e Polar
Finalmente, quase às 21h, sem forças e com Thomas dormindo na bicicleta do papai, conseguimos. Soraya nos recebeu com a mesa posta, o banho preparado e um abraço visível de hospitalidade que nos sustentou quando já não podíamos mais.

Chapada Diamantina- Morro do Pai Inácio – Foto: Nazareth Reales
De coração cheio, compreendemos que a verdadeira aventura não está apenas nas paisagens que percorremos, mas nas pessoas que encontramos e na generosidade que abre portas nos momentos mais difíceis.

Hoje escrevemos um novo capítulo desde o Vale do Capão, um lugar onde a magia, o amor e a hospitalidade fluem. Essa travessia nos lembra que cada esforço vale a pena quando compartilhado em família e que até mesmo os caminhos mais duros podem se transformar em pontes para experiências inesquecíveis.
A nossa história continua… @casaenbici segue desbravando o Brasil.
Fico muito feliz em ler sua matéria e mais ainda em ter estado com vcs em nossa casinha!! Que mais sonhos possam ser realizados e a cooperação e amizade sejam pano de fundo para tudo isso!! Desejo um ótimo caminho pra vcs!! 🙌✨bjs