Com ingressos esgotados, o show reuniu diferentes gerações e provou que os sucessos dos Engenheiros do Hawaii continuam mais vivos do que nunca.

Por Gilsimara Cardoso

Show de Humberto Gessinger “Acústicos Engenheiros do Hawaii”, na Concha Acústica do TCA- Foto Oni Sampaio

Na noite do último sábado, 16, a Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador, foi palco de um espetáculo inesquecível de Humberto Gessinger, um dos fundadores da banda Engenheiros do Hawaii. Os ingressos esgotaram e, mesmo assim, muitos fãs acompanharam do lado de fora.

Show de Humberto Gessinger “Acústicos Engenheiros do Hawaii” na Concha Acústica do Teatro Castro Alves – Foto Oni Sampaio

No repertório, não faltaram clássicos que marcaram gerações, como “Infinita Highway”, “O Papa é Pop”, “Somos Quem Podemos Ser” e “Refrão de Bolero”. A energia do público mostrou que a música do grupo continua atravessando décadas.

Tchamma Lise, ( blusa preta) no Show de Humberto Gessinger “Acústicos Engenheiros do Hawaii”, na Concha Acústica no TCA – Foto Oni Sampaio

A lotação foi tanta que os corredores e a escadaria ficaram completamente tomados. “O show é maravilhoso, mas está muito cheio, a escadaria está lotada, as pessoas não conseguem andar. Agora estou aqui, como se o meu nome fosse passagem, o ano passado foi mais tranquilo, não foi assim. ” Brincou a fã, Tchamma Lise, durante a apresentação.

Paulina Oliveira ( de vestido preto) e amigos – Foto Gilsimara Cardoso

Quem chegou cedo garantiu os melhores lugares. A turista Paulina Oliveira, que saiu de Piatã, na Chapada Diamantina, viajou oito horas só para ver o ídolo de perto. “Valeu a pena, eu sou apaixonada por Humberto, o show foi maravilhoso!”, contou emocionada.

Gustavo Lopes, ( de costas para o palco) no Show de Humberto Gessinger “Acústicos Engenheiros do Hawaii” – Foto Oni Sampaio

Mas nem todos conseguiram aproveitar como esperavam. Para Gustavo Lopes, morador do bairro Brotas, em Salvador, a experiência foi difícil. “Isso aqui tá lotado pra caramba, tinha que melhorar essa logística, para a gente conseguir subir, tomar uma cerveja e poder apreciar o show.” De costas para o show na escadaria da Concha Acústica, sem conseguir se mover na arquibancada, ele completou, “não tenho condição de virar, só para você ter a dimensão de como está aqui, se eu me virar derrubo a moça.”

Edi Ramos na Concha Acústica do Teatro Castro Alves – Foto Oni Sampaio

Apesar da superlotação, o show deixou claro como a música é atemporal. Jovens e veteranos cantaram juntos cada canção, em uma celebração que mostrou a força da obra de Gessinger. O turista Edi Ramos, aposentado, que veio de Palmas (TO), resumiu bem a noite: “Eu vim curtir o Nordeste, conhecer Salvador, Aracaju, Recife, Maceió, João Pessoa e Natal, acabei aproveitando o show de Humberto Gessinger, uma pessoa bacana, gostei muito. Cheguei cedo e fiquei num lugar legal.

Assista os melhores momentos:

A história de Humberto Gessinger e os Engenheiros do Hawaii

Com 61 anos, Humberto Gessinger é um dos nomes mais importantes do rock brasileiro. Vocalista, baixista e principal compositor dos Engenheiros do Hawaii, ele fundou a banda em 1985, em Porto Alegre, ao lado de Carlos Stein, Marcelo Pitz e Carlos Maltz, todos estudantes de arquitetura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Com 61 anos, Humberto Gessinger, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves – Foto Oni Sampaio

O nome surgiu como uma ironia aos estudantes de engenharia, que usavam bermudas de surfista e tinham certa rivalidade com os alunos de arquitetura. O que começou como uma brincadeira universitária rapidamente ganhou espaço nacional.

Entre os anos 1980 e 2000, os Engenheiros emplacaram sucessos que se tornaram hinos de gerações, como “Infinita Highway”, “O Papa é Pop”, “Pra Ser Sincero”, “A Revolta dos Dândis” e “Somos Quem Podemos Ser”. Com letras poéticas e críticas sociais afiadas, a banda se consolidou como uma das mais influentes do rock brasileiro.

O grupo encerrou oficialmente as atividades em 2008, mas Humberto seguiu em carreira solo, lançando discos, livros e novos projetos. Neste ano, ele comemora 40 anos de carreira, celebrados nos palcos com turnês que trazem os clássicos dos Engenheiros. A permanência dele na música prova que a obra é atemporal, capaz de emocionar tanto o público mais jovem quanto aqueles que acompanharam de perto a ascensão dos Engenheiros.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *