Esta celebração secular no bairro de Santo Antônio Além do Carmo busca fortalecer o turismo cultural e religioso

Por Gilsimara Cardoso

Foto/Divulgação

Em um dos bairros mais antigos e charmosos de Salvador, o Santo Antônio Além do Carmo, o tempo parece desacelerar para reverenciar a tradição secular da Festa do Divino Espírito Santo, que neste ano acontece nos dias 1º e 8 de junho de 2025. São mais de 255 anos de uma devoção que atravessa gerações e transforma o Centro Histórico da capital baiana em um palco vibrante de fé, cultura e identidade.

A celebração, considerada patrimônio imaterial da Bahia, reúne fiéis e visitantes em uma programação marcada por rituais religiosos e manifestações populares. No primeiro domingo do mês, dia 1º de junho, os sinos da Igreja de Santo Antônio soam às 8h30 para a missa que abre oficialmente os festejos. Logo depois, às 10h, o tradicional Bando Anunciador sai às ruas: fanfarras percorrem o bairro, convidando moradores e turistas a participarem da festa, como eco de um chamado ancestral que resiste ao tempo.

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O ápice da programação ocorre no domingo seguinte, 8 de junho. A alvorada se dá com a primeira missa às 8h, seguida, às 9h, pelo cortejo que parte da Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Boqueirão, conduzido pela Banda da Polícia Militar, até alcançar a Igreja de Santo Antônio. Ali, às 10h, acontece um dos momentos mais emblemáticos: a coroação do Menino Imperador, realizada pelo Cardeal, que permanece para celebrar a segunda missa, marcada para as 10h20. Ao meio-dia, a tradição se renova com a libertação simbólica de um preso, previamente beneficiado pela Justiça da Bahia, pelo próprio Menino Imperador, um gesto que simboliza redenção e liberdade.

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A Festa do Divino Espírito Santo se estende ao longo de sete domingos, revivendo símbolos históricos como o cortejo imperial, a figura do Arauto e a Guarda Histórica do Museu Vivo na Cidade. A cada passo, reafirma-se o compromisso com a preservação das raízes culturais, estimulando também a economia criativa e o turismo religioso.

Mais do que uma celebração, a festa busca consolidar-se como um produto turístico-cultural de referência, promovendo Salvador como destino que entrelaça fé, história e identidade. A iniciativa dialoga com os princípios da Agenda 2030 da ONU, ao fomentar a preservação do patrimônio, gerar renda e ampliar o acesso à cultura.

Assim, entre o som dos clarins e o perfume das flores que enfeitam as procissões, Salvador reforça a vocação como cidade que celebra a diversidade e transforma a devoção em um espetáculo de beleza e tradição, atraindo olhares e corações do Brasil e do mundo.

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