Evento une estudantes e comunidade em uma jornada de educação ambiental e replantio, promovendo a restauração da flora nativa e a valorização dos catadores locais
Por Gilsimara Cardoso
Foto: Afonso Santana
Na Ilha de Itaparica, onde o verde se encontra com o azul profundo do mar, uma nova semente foi lançada, não apenas à terra, mas à consciência coletiva. Foi neste cenário, marcado pela beleza natural e pela urgência de preservá-la, que o Village Itaparica dará início à Semana do Meio Ambiente, nos dias 04, 07 e 08 de junho, com um gesto que é, ao mesmo tempo, simbólico e concreto: A inauguração do primeiro Viveiro Educador da ilha e de um Centro de Tratamento de Resíduos.
Viveiro do Village – Foto: Afonso Santana
Ali, onde antes se erguiam os antigos apartamentos do Club Med, agora brotam 2.650 mudas de 59 espécies diferentes, muitas delas nativas, cuidadosamente resgatadas do próprio solo que as viu nascer. “Cada planta aqui tem um papel essencial no equilíbrio do ecossistema e contribui para a manutenção da biodiversidade da região”, destaca o paisagista Vanilson Bastos, responsável pela curadoria ecológica do espaço.
Viveiro do Village – Foto: Afonso Santana
O replantio dessas espécies não é apenas uma técnica ambiental, é um ato de resistência, uma forma de restaurar o que foi perdido e garantir um futuro mais verde para as próximas gerações.
Caminhada com professores da rede municipal na trilha do Viveiro, de verde, Adriana Muniz – Foto: Marcos Cruz
Na tarde desta quinta-feira, 29, o Village realizou um pré-lançamento com os professores da Escola Estadual Desembargador Julio Virginio de Santana para uma caminhada experimental pela trilha do viveiro.
O percurso inaugural será na próxima quarta-feira, 04, e conduzirá os visitantes, em maioria, estudantes das escolas de Vera Cruz e Itaparica, por uma trilha ecológica que atravessa um lago natural, onde painéis interativos contam as histórias silenciosas da fauna local. Para a gerente de ASG do Village , Adriana Muniz, a imersão na natureza proporcionará um aprendizado vivo, “atravessar a ponte e chegar ao Viveiro é mais do que completar um trajeto: é entender, na prática, o ciclo da vida e a importância vital de plantar para reequilibrar.” Explica Adriana.
Viveiro do Village – Foto: Afonso Santana
Com 350 m², o Viveiro Educador foi projetado como espaço de aprendizado e conexão com a natureza, um laboratório vivo para estudos de educação ambiental, oficinas de reflorestamento e ações de reconhecimento da flora da região. A gerente de ASG do Village Itaparica, Adriana Muniz, reforça: “Esta experiência é sobre reconectar as pessoas ao ambiente, mostrando que cada árvore plantada é um passo rumo à restauração do ecossistema e à proteção das futuras gerações”.
Centro de Tratamento de Resíduos do Village Itaparica – Foto: Marcos Cruz
Mas a iniciativa vai além da contemplação: ao lado do Viveiro, o novo Centro de Tratamento de Resíduos, com 465 m², foi criado para operacionalizar um ciclo virtuoso de reaproveitamento de materiais recicláveis, beneficiando diretamente os catadores cadastrados pela Prefeitura de Vera Cruz. No local, também será instalada uma Oficina de Transformação de Plástico, coordenada por uma cooperativa de mulheres da região, que transformará resíduos em novos produtos, mostrando que reciclar também é um modo de plantar esperança, renda e dignidade.
Centro de Tratamento de Resíduos, Adriana Muniz apresentando o local para professores – Foto: Marcos Cruz
A programação da Semana do Meio Ambiente segue com atividades interativas, como as sessões do projeto “Mar à Vista!” e, no encerramento, um mutirão de limpeza de praia no Dia Mundial dos Oceanos. Serão três quilômetros de extensão, da Barra do Pote à Praia do Village, transformados em palco de ação comunitária. Para Adriana Muniz, esse esforço coletivo simboliza mais do que uma ação pontual, “é um convite à transformação, à mudança de hábitos, e ao fortalecimento de um pacto social pela preservação”. Concluiu Adriana.
Foto: Afonso Santana
Em cada muda replantada, em cada resíduo reciclado, o Village Itaparica semeia uma ideia poderosa, a de que o desenvolvimento pode e deve andar de mãos dadas com a natureza. E que restaurar o que foi perdido é, mais do que um dever, uma oportunidade de renascimento.
