O vice-presidente, João Elísio, revela segredo do sucesso do Forró da AABB: “Fidelidade às raízes do forró tradicional”
Por Gilsimara Cardoso
Foto: Oni Sampaio.
Na última sexta-feira, 23, a Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) promoveu mais uma edição do tradicional Forró da AABB, evento que reuniu cerca de 2 mil pessoas e reafirmou o espaço como um dos principais encontros culturais da capital baiana.
Foto: Oni Sampaio
De acordo com o vice-presidente da AABB, João Elísio, o sucesso da festa está diretamente ligado ao compromisso com a tradição. “O segredo do sucesso do nosso forró é sermos fiéis às raízes do forró tradicional. Selecionamos as atrações com muito critério, priorizando apenas bandas e cantores que representam genuinamente o espírito do forró. Além disso, buscamos criar um cenário que transporte nossos convidados para a atmosfera acolhedora de uma festa de São João no interior “ afirmou Elísio
Foto: OnI Sampaio
Mantendo o público semelhante ao do ano anterior, o evento reforçou a proposta de garantir qualidade, conforto e segurança aos participantes. A ambientação típica, com decoração inspirada nas festas juninas do interior, foi um dos pontos altos da noite, proporcionando aos forrozeiros uma experiência autêntica. Para a coordenadora de marketing do evento Mary Cunha observar o espaço e manter a qualidade é o diferencial do Forró da AABB, “público semelhante ao do ano passado pois mantemos o limite para manter a qualidade e o conforto.” Explica Mary.
Foto: Gilsimara Cardoso
A AABB realizou mais uma edição de sucesso. Este ano, o evento contou com a participação de DJ Preta, Chico Leite, Alcymar Monteiro, Fulô de Mandacaru, Grupo Cabrueira e Leo Estakazero. E como se não bastasse tamanho resgate, Virgílio Forrozeiro fez uma surpresa e participou do show de Alcymar. O público vibrou e cantou com dois grandes ícones do forró.
A organização já se prepara para continuar promovendo eventos que valorizem a cultura nordestina e celebrem a tradição do forró.
Igor Sousa e Alcymar monteiro – Foto: Gilsimara Cardoso
Com o sucesso garantido, a satisfação do público prevaleceu. O palco do evento foi montado de forma baixa e bem próxima da plateia, o que deixou o público ainda mais perto dos cantores. Igor Sousa veio de Vitória da Conquista especialmente para acompanhar de perto o show de Alcymar Monteiro. “Vim especialmente para prestigiar o evento e com a intenção também de conhecer Alcymar, já falei com a produção dele”, explica Igor. Ele teve sorte e conseguiu conversar e tirar foto com o cantor.
Foto: Oni Sampaio
Alcymar Monteiro, com mais de 40 anos de trajetória no forró, trouxe para o público a originalidade dele e fez questão de reforçar o legado de Luiz Gonzaga. “O novo sempre vem. É inevitável. Agora, cabe a você olhar se esse novo traduz alguma coisa, se esse novo acrescenta alguma coisa. E eu acho que o forró criado por Luiz Gonzaga é a cultura, a respiração de 58 milhões de pessoas que somos nós, nordestinos. Isso não vai morrer nunca porque isso é a nossa identidade.” Salienta Alcymar.
Foto: Oni Sampaio
DJ Preta foi a única mulher a participar presencialmente da grade de atrações, mas com ampla sabedoria trouxe canções no repertório de outras forrozeiras brasileiras. “A discotecagem, ela é, para além de tudo, um resgate. Porque é oportunidade das artistas, principalmente das mulheres, que não estão nesses palcos, que não foram contratadas para estar aqui hoje, mas que têm as suas vozes representadas aqui, graças à seleção que eu faço. Então hoje, por exemplo, a gente ouviu a Aline Ataíde, que é daqui de Salvador. A gente ouviu a Kátia Cilene. A gente ouviu a Cátia de França. A gente ouviu a Marinês”, explica DJ Preta.
Foto: Oni Sampaio
A apresentação do Grupo Cabrueira trouxe o ritmo do forró para o solado dos pés, não teve quem ficasse parado. Grande roda, túnel, xote, xaxado, tudo misturado, num grande salão de dança.
Leo Estakazero já é veterano no Forró da AABB, experiente com o público, Leo trouxe um grande repertório, “é uma energia que eu já conheço, né? O Forró da AABB um evento que a galera curte, né? A galera que é assídua, que é apaixonada pelo forró. Pelo São João por esse clima gostoso. E AABB faz um evento que tem todo o clima, né? Juninho, com a decoração excelente, né? O ar livre, o ambiente gostoso. Então, eu já venho aqui sabendo que sempre é um show gostoso. Relata Léo.
Foto: Oni Sampaio
O músico Chico Leite da cidade de Campo Formoso deu um show de forró raiz, com canções de Dominguinhos e de Luiz Gonzaga, “a gente foi criado em cima do forró raiz, admirando o Rei do Baião e outros que fazem parte da cultura nordestina, como Dominguinhos, já fui até três vezes no Domingão do Faustão, fazendo imitação de Dominguinhos, fui na Máquina da Fama, com a Patrícia Abravanel. E hoje sem sair do caminho e do trilho certo, continuo no forró pé de serra, que é o forró raiz. A nossa cultura a gente nunca pode deixar morrer, uma cultura cheia de tantos prazeres e tantas alegrias. ” Afirma Chico Leite.
Foto: Gilsimara Cardoso
A banda Fulô de Mandacaru sentiu a energia especial do público. O triangulista e vocalista Tiago Muriê confirmou, “Ave Maria! É a fome com a vontade de comer. Quando diz assim: ‘o Fulô de Mandacaru vai tocar no Forró da AABB’, a gente já vê aquela energia a mil! Então, a festa foi linda, maravilhosa. A gente espera, no ano que vem, estar aqui de novo, porque a festa foi incrível. A gente chega aqui na Bahia… a Bahia abraça o Fulô de Mandacaru. A gente considera como a nossa segunda casa”, ressalta Tiago Muriê.
Foto: Oni Sampaio
Armandinho do Acordeon, um dos articuladores da Lei Luiz Gonzaga, destacou a importância dos eventos de forró como esse da AABB. Com relação a lei, ele explicou que apesar da aprovação em regime de urgência, ainda não foi instituída pelo Senado.
“A Lei luiz Gonzaga ainda não foi instituída enquanto decreto do Presidente, mas aí no momento que ela virar uma lei federal, nenhum prefeito vai poder descumprir, porque o prefeito que descumpre a lei federal ocorre improbidade administrativa. É por isso que é muito importante um espaço como esse, para dizer que você que tá em casa, cobre do deputado, cobre do senador, dos governantes do seu estado, da sua cidade, para que a Lei Luiz Gonzaga possa ter vez e voz, né, porque quando ela for instituída, a gente vai poder cobrar, realmente”, alerta Armandinho.
