Flávio Dias relata o problema de saúde da esposa dele e a dificuldade de encontrar atendimento especializado.
Por Gilsimara Cardoso

Flávio Dias na Central Integrada de Comando e Controle da Saúde – Foto: Gilsimara Cardoso
O maior carnaval de trio elétrico do mundo é na cidade de Salvador, a Bahia também é um dos pontos turísticos mais visitados do Brasil.
No entanto, quando se trata de saúde pública a população sofre problemas estruturais que há anos se perpetuam, principalmente quando o paciente precisa de uma regulação para um hospital especializado, quanto mais grave é o estado do paciente, mais difícil é o socorro.
E não para por aí, é raro encontrar um baiano que nunca ouviu falar da fila da “regulação” aliás existe um prédio público, localizado no Centro Administrativo da Bahia- CAB- em Salvador, Central Integrada de Comando e Controle da Saúde que atua diretamente na regulação de pacientes.
” O esquema de regulação para mim não é eficaz, quando minha mãe estava doente, lutamos atrás de vaga nos hospitais de Salvador por dias, então procuramos o prefeito da nossa cidade e pedimos ajuda, no mesmo dia a regulação saiu. ” Explica a professora aposentada D.M. C, ela não quis que a identidade fosse revelada.
O Jornal Atualize acompanhou de perto a luta do coordenador de vendas Flávio Cardoso em busca de uma vaga em um hospital que conseguisse atender a esposa dele diagnosticada com leucemia.
A luta de Flávio começou no dia 23 de fevereiro desse ano, quando a técnica em enfermagem Ana Paula do Carmo Vaz, 37, deu entrada na Unidade de Saúde Eládio Lasserre, em Salvador. Foram 25 dias de dores intensas nas costas e no abdômen até sair o diagnóstico de Leucemia com metástases pelo corpo. Durante esse período Ana Paula foi tratada com morfina e recebeu a doação de 18 litros de plaquetas.

Ana Paula do Carmo no leito da Unidade de Saúde Eládio Lasserre – Foto: Flávio Diaz
No último dia, 17/03 o pedido de regulação saiu, acompanhado de laudos, para qualquer hospital público que tratasse de Hematologia em Salvador. Neste período o quadro de saúde de Paula evoluiu, ela parou de andar, as dores se intensificaram, “ eu entrei aqui andando, agora eu não consigo mexer as minhas pernas, sinto muita dor nas costas, vontade de vomitar e não consigo respirar direito. ” Explica Paula com voz baixa, relatando o próprio estado de saúde.
Depois de esperar por mais de 4 dias, e observando a piora repentina da esposa, Flávio Dias iniciou uma jornada de moto pelas ruas de Salvador em busca de uma vaga. Ele esteve na assistência social do Hospital Aristides Maltês, numa busca desesperada pelo socorro. “A atendente me falou que o hospital não está recebendo pacientes no setor de hematologia, me justificou que é um tratamento caro e demorado. “ Explicou Flávio, triste com a resposta.
A resposta da direção do Hospital, em entrevista presencial, foi que não recebe pacientes por meio de triagem, somente pela regulação, e que no momento, este setor estava sem leito.

Flávio Diaz no prédio da Regulação em Salvador – Foto: Gilsimara Cardoso
De acordo com o Artigo 196 da constituição Federal de 1988, o estado deve garantir o direito à saúde de todos os cidadãos, inclusive o acesso a cuidados médicos hospitalares.
Ainda conforme o Artigo 196…”a saúde é direito de todos e dever do estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário as ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação…”
Mesmo com o direito garantido pela Constituição Federal, Ana Paula não teve o atendimento especializado. Segundo o Coordenador do Setor da Regulação Paulo Apolônio, a regulação não saiu ainda por falta de leitos no setor de hematologia, que teve um aumento significativo de pacientes após a COVID -19.
A Política Nacional de Regulação (PNR) regulamentada pela Portaria MS/GM nº 1.559, de 1º de agosto de 2008, diz que: ” A Regulação do Acesso Assistencial às ações e serviços de saúde é de competência dos estados e municípios, conforme expresso na Política Nacional de Regulação (PNR). Incumbe, portanto, ao gestor de saúde local, adotar medidas práticas, aptas a viabilizar o acesso dos pacientes ao atendimento, diagnóstico ou terapêutico de que necessitam, no âmbito territorial em que estão circunscritos, ou adotar as medidas administrativas direcionadas ao encaminhamento a outros estados, sempre que exigir intervenções indisponíveis no seu território de saúde.”

Flávio Dias na Secretaria Estadual de Saúde da Bahia- Sesab – Foto: Gilsimara Cardoso
Durante a busca desesperada por uma vaga no Hospital das Clínicas, a equipe da ouvidoria do hospital explicou a Flávio que não tem leito. O setor está lotado, não há o que fazer, eles também não recebem pacientes pela triagem, somente pela regulação.
O advogado Sérgio Martins explica que se o estado não tem como atender o paciente pelo sistema público, em caso de urgência, deverá solucionar de uma outra maneira, ” transferir o mais rápido possível para outro hospital ( particular), ou outro estado que tenha leitos disponíveis.” conclui Sérgio.

Flávio Dias na Sesab- Setor da Ouvidoria – Foto: Gilsimara Cardoso
Acompanhamos Flávio até a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia- Sesab- Flávio foi encaminhado para o setor de ouvidoria, a esperança dele era consegui a regulação ou a transferência para um hospital particular. No entanto, a resolução foi outra, “ fui recebido por uma moça que anotou o número da regulação, o nome de Paula, o meu documento e o meu e-mail, para enviar um protocolo, como se eu estivesse tratando de um produto com defeito, como se a gente pudesse esperar um e-mail.“
Flávio acionou o Ministério Público e também a Defensoria Pública, ” Eu já acionei os órgãos competentes da justiça nacional, Defensoria e Ministério Público, desejo que a minha esposa tenha um atendimento especializado urgente, não aguento mais vê Paula daquele jeito, além de ter que suportar essa dor, eu tenho que ficar de moto correndo de um lado para o outro, tentando salvar a minha esposa, também temos dois filhos de 10 anos de idade, o que vou dizer pra eles? Aprendi agora que pior que ter um parente com leucemia, é ter um parente com leucemia aqui na Bahia.”
Até a data da publicação dessa reportagem, Ana Paula ainda está na Unidade de Saúde Eládio Lasserre, aguardando vaga.
triste isso conheço e acompanho de perto isso é uma vergonha, quando é carnaval festa de largo sempre tem dinheiro tem jeito mas a vida do próximo não vale de nada pra eles.😭😭😭
Que situação difícil,até quando vamos ser,escravos desses sistema,imundo,A esperança,q temos é Deus porq se depender do sistema público estamos ferrados.
Todos juntos pela saúde de Ana Paula e aguardando a regulação
Li todo relato e concordo a Bahia está entregue as moscas o prefeito e governador só sabe gastar com festas ,enquanto que a saúde vai de mal a pior ,essa tal de regulação tá matando mais do a guerra na faixa de Gasa ,tanto se fala da violência que se alastra pelo Estado ,mais maior do a violência armada e a violência praticada pela regulação que mata os pacientes e fere a família. Cadê os direitos humanos que nada fala sobre essa violação de direito saúde e direito do cidadão e é dever do Estado ,mas o que o Estado tem feito ? Só fazendo um monte de hospitais de fachada e o atendimento a mesma porcaria, e de indignar qualquer um. Vai meu repúdio aos políticos dessa cidade
É muito triste o governo investiu tanto para festa. Para ser visto lá fora uma cidade cheia de energias boas de felicidade se desde quando que os habitantes não tenho o básico que todos nós precisamos. Enquanto a saúde pede socorro ver o governo investindo milhões e milhões para festa e o sistema do SUS não funciona e as pessoas ficam na fila esperando regulação que regulação que não existe enquanto isso são sonhos cancelado o que poderia ser diferente. simples sonho de poder ver pias e mães criar seus filhos tudo por conta que o governo simplesmente investe em festa governo investe milhões e milhões em festa e o sistema da Saúde fica a Deus dará.
Falta de respeito que sofrimento ela está passando em nome de Jesus saia essa regulação que eu vim oque ela ta passando por causa dessas e outras que as pessoas morrem a vida a saúde não é nada pra ela que sabe e de festa os investimentos deles esse pais nunca vai pra frente
Eu e minha família, passamos por esses sofrimento e transtornos porcausadaregulação! A alguns anos atrás,quando o meu pai precisou de atendimento mais urgente e teve que ficar esperando na fila de regulação! Depois de muita demora, conseguirmos que fosse regulado, mas devido a demora o quadro de meu pai acabou piorando, onde não resistiu e faleceu .
Esse é o país que vivemos, com uma saúde pública deficitária enquanto outros estão lutando por mais poder. Só Deus pra julgar a nossa causa. Fé meu irmão Flávio, Deus está com vcs nessa jornada.
FORÇA GAROTO SUA ESPOSA VAI CONSEGUIR, ESSES, SAFADOS QUE FINGE CUIDAR DO POVO UM DIA ELES IRÃO CAIR NA MALHA FINA DA VIDA, ESSES CRETINOS DESCARADOS, TANTO DO GOVERNO COMO DA PREFEITURA ESTÃO PREOCUPADOS EM FAZER FESTAS EM SALVADOR E NA BAHIA, TIRA O DINHEIRO DA SAÚDE, SEGURANÇA E EDUCAÇÃO PRA INVESTIR NO CARNAVAL E FESTAS POPULARES E ALTOS CACHÊS DE ARTISTAS, ENQUANTO ISSO PESSOAS COMO SUA ESPOSA PADECE ATRÁS DE UMA REGULAÇÃO QUE É DE DIREITO. ESSES LADRÕES CHAMADOS DE POLÍTICOS UM DIA IRÃO PAGAR CARO. O TEMPO É O SENHOR DO RETORNO.