O percurso de uma das maiores regatas festivas do Brasil será pela contracosta da Ilha de Itaparica.
Por Gilsimara Cardoso

Chegada em Aratuba da Regata Hasteamento da Bandeira – Foto: Mauricio Cunha/VPV
No próximo dia 22 de fevereiro, Vera Cruz será o destino da regata Hasteamento da Bandeira que completará 15 anos de existência. Cerca de 200 participantes de 13 estados brasileiros estarão presentes, uma flotilha de 41 barcos a vela que navegará na contracosta da Ilha de Itaparica.
O horário da largada foi escolhido estrategicamente para promover a participação de todos os amantes da navegação à vela, sem discriminação.
Às 09h30 sairá a primeira flotilha composta por 10 barcos modelos hobie cat 14, modelo de embarcação mais lenta, em que há somente um velejador a bordo. Uma hora depois às 10h30, sairá a segunda flotilha de 31 barcos, modelos mais rápidos que suportam dois velejadores. O ponto de partida é em Salvador, na Ribeira- Praia do Bugari e a chegada será na Praia de Aratuba, Vera Cruz, Ilha de Itaparica.

Chegada da Regata Hasteamento da Bandeira em Aratuba Foto: Maurício Cunha/ VPV
Nesta regata o prêmio do percurso é mais importante que o próprio prêmio da chegada, isso porque o velejador experiente ou inexperiente encontrará condições de tempo e de vento bem diversas durante o trajeto.

Vânia Morais reformando os barcos – Foto: Acervo pessoal
De acordo com Vânia Morais, organizadora da regata, a proposta é trazer a vivência da navegação à vela para iniciantes e proporcionar aos veteranos a experiência de navegar em mar aberto em meio a paisagens belíssimas, “apesar de ser uma regata festiva temos 51 troféus, mas o maior deles é a experiência que os velejadores terão, nenhuma regata de ranking proporciona um trajeto como esse, um percurso longo e com competidores experientes e inexperientes. ” Explica Vânia.
Escolher ser velejador é ter uma relação mais íntima com a natureza, saber a diferencia entre o vento real e o vento aparente, orçar e arribar na hora correta.

Roney Andrade no Hasteamento da Bandeira – Foto: Acervo Pessoal
Roney Andrade, idealizador e organizador da regata, escolheu Vera Cruz para ser o ponto de chegada, porque foi em Aratuba que ele teve o primeiro flerte com a vela, “quando iniciei esse encontro de velejadores pensei em estender para as comunidades a magia dos ensinamentos da vela, a educação pela vela é fantástica. Nós também temos em nosso entorno, paisagens fantásticas que turistas de todo mundo gostaria de ver e vivenciar, eu iniciei a vela aqui em Aratuba”.
Além de trazer turistas para Vera Cruz Roney deseja compartilhar conhecimentos técnicos afim de trazer novos velejadores inclusive crianças “uma forma de aumentar o turismo náutico, além de estimular as crianças para a magia da vela. ”, conclui Roney.

Momento da chegada, a cada ano aumenta a participação feminina – Foto: Acervo pessoal
O número de participantes mulheres cresceu com o passar dos anos, o que antes era um esporte masculino, hoje tem grandes velejadoras, Nicole Siqueira participará da regata, ela aprendeu a velejar com o pai dela, “desde criança eu já andava de barco, por mera coincidência do destino conheci meu esposo, ele sempre, desde então, veleja. Casamos e tivemos dois filhos e por paixão, por amor à vela colocamos nossos filhos no esporte. “, explica Nicolie.

Elizabeth Nunes velejando na Bahia de Todos os Santos- Foto: Maurício Cunha /VPV
Ser velejadora requer esforço físico, raciocínio lógico, coordenação motora, …, mas também atrai respeito e reconhecimento, Elizabeth Nunes explica que ser mulher velejadora tem alguns privilégios “a gente desfruta de muita admiração por parte dos velejadores, inclusive eu velejo com o meu marido, acho que todas as mulheres (na vela) tem esse incentivo, foi- se o tempo em que a vela era para os homens. ”
O Hasteamento da Bandeira além de impactar o turismo náutico na ilha é importante para a manutenção da navegação a vela no Brasil, até mesmo para quem é profissional. Elizabeth enfrenta desafios no quesito mobilidade para treinar, ela ressalta a importância da regata, “a gente tem um barco olímpico o Nacra 17, eu moro em Governador Valadares, Minas Gerais, aqui não tem Lugar para treinar. A gente participa da regata do Hasteamento, eu vou uma semana antes para treinar o percurso da regata aí na ilha, então eu treino uma vez por ano. ” Conclui Elizabeth.

Saída do Hasteamento da Bandeira em Salvador Foto: Maurício Cunha /VPV
Para quem não é velejador poderá contemplar no dia 22/02 a paisagem bonita das pequenas embarcações no horizonte extenso do mar de Vera Cruz.
Embora não participe do trajeto durante a competição mas é uma experiência maravilhosa está em Aratuba na chegada dessas velas muito lindo
Regata do Hasteamento é um dos melhores eventos náuticos do Brasil. O Bioma diverso e rico característicos da Bahia de Todos os Santos, proporciona aos bons entusiastas da vela sensações de adrenalina e prazer, desde a largada na Ribeira-SSa, passando pela Sede e Contra Costa de Itaparica, rio Jaguaripe, Ponte do Funil, Cachapregos e Aratuba. Lembro de ter visto um bando de aves vermelhas em uma dessas travessias no mangue em torno da Ponte do Funil. Ao pesquisar, descobri que se tratava do Guará Vermelho, pássaro lindo de mais e raro de se ver. Bons ventos.
O rico e diverso bioma que permeia a regata do Hasteamento proporciona aos entusiasta da vela e do bom viver a sensação plena do prazer. Desde a largada na Ribeira, passando por Ponta de Areia, pela sede do município de Itaparica e sua respectiva Contra Costa, rio Jaguaripe, Ponte do Funil, Cachapregos e Aratuba, ilha de Veracruz, a fauna e a flora são exuberantes. Lembro de ter visto um bando de aves vermelhas em uma dessas travessias no mangue em torno da Ponte do Funil. Ao pesquisar, descobri que se tratava do Guará Vermelho, pássaro lindo de mais e raro de se ver. Bons ventos.